NÃO ME CHAME POETA
Dos segredos da noite, ouço: Poeta!
nos desertos das ruas de meus passos,
que continuam leves, lentes, lassos,
calando a vida havida à voz secreta.
Poeta, se não sou, sou exegeta
da cor, do amor, da dor dos meus fracassos,
dos instantes de adeus, dos descompassos
do desejo, e do beijo que o completa.
A noite de poeta não me chame,
nem me acene canções de despedida,
nem dos versos que canto não reclame.
Que eu seja apenas voz, a mais sentida,
ao mundo inteiro a proclamar que ame,
a declamar o amor à própria vida.
Odir, de passagem
Dos segredos da noite, ouço: Poeta!
nos desertos das ruas de meus passos,
que continuam leves, lentes, lassos,
calando a vida havida à voz secreta.
Poeta, se não sou, sou exegeta
da cor, do amor, da dor dos meus fracassos,
dos instantes de adeus, dos descompassos
do desejo, e do beijo que o completa.
A noite de poeta não me chame,
nem me acene canções de despedida,
nem dos versos que canto não reclame.
Que eu seja apenas voz, a mais sentida,
ao mundo inteiro a proclamar que ame,
a declamar o amor à própria vida.
Odir, de passagem