O bardo

Quero saborear palavras belas e adocicadas.

Quero sofrer com a frase dura dita a fronte.

Quero cuspir a face outrora adorada

e exalar o escárnio apunhalado e cortante.

Quero viver das coisas simples

e prestigiar o que menos importa.

Quero estancar as feridas com trovas

e curar a dor da alma com versos.

Quero trocar o dia pela noite

e sofrer ao som de um bom bolero.

Quero tomar tua boca com ânsia

e com o apresso que se prova um bombocado.

Quero idealizar o amor

e aproveitar cada momento marcado.

Quero morrer de saudade

e chorar nas horas de felicidade.

Quero viver de poesia

e penar como todo poeta.

Que anseia por dizer

o que quase não se escuta.

Quero ler os escritos

e tragar o cigarro matinal

Quero me embriagar insanamente

com o amargo conhaque passional.

Ouvirei estórias;

Escreverei outras minhas.

Viverei poeta

e morrerei entrelinhas.

Madcelloph
Enviado por Madcelloph em 13/04/2009
Reeditado em 04/04/2010
Código do texto: T1537307
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