Apenas para o poeta

Quantas vezes ficastes perdida,

nos próprios sonhos da juventude.

Relembravas da tua virtude,

entregue nas vielas da vida.

Hoje, brancos estão teus cabelos,

manchados pela neve da velhice.

Lembras da remota meninice

do meu amor, sonhos em apelos.

Fizestes um palpitar etéreo,

da tua existência vaga,

nunca amastes, mas fostes amada.

Apenas, guardas em ti o mistério,

de ter sido a musa de algum poeta,

que te fez gente, pois, não eras nada.