VAGO CLAMOR

Eis a voz da minha alma gritante,

malfadada a perambular vadia.

Se grito alto ao cume do monte,

ressoa plangente sem ter moradia.

Ah, cruel tempo que se fez perdido;

cruel motivo, amargo instante;

ver minha voz, não encontrar seus ouvidos,

frustrada ficando, minh’alma falante.

E neste momento se fez calado,

nem um gemido, um sussurro sequer,

minh’alma se fecha, débil e cansada.

Inda hoje, outras almas entoam

gritos vagos, ao cume dos montes,

sob os ecos dos meus, que ressoam.