Navegante

As tuas pupilas, cheias como a lua,

Banham o mar sereno do meu leito

E sem pudor queimam os meus lábios

Como a onda que às areias se insinua

E o seu olor vibrando pelo espaço

Dá vida ao denso ar que infla meu peito

E flui na rigidez da boca nua

E confunde-se no risco dos teus traços

E tu, quão mais distante mais sagrada

Que aqui tão longe só há céu, mais nada,

Somente estrelas contra a noite lilás

E tu, oh, meu segredo mais pulsante

Tornou meu coração um navegante

Que as luzes dos faróis não guiam mais

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 10/04/2009
Código do texto: T1533035