Navegante
As tuas pupilas, cheias como a lua,
Banham o mar sereno do meu leito
E sem pudor queimam os meus lábios
Como a onda que às areias se insinua
E o seu olor vibrando pelo espaço
Dá vida ao denso ar que infla meu peito
E flui na rigidez da boca nua
E confunde-se no risco dos teus traços
E tu, quão mais distante mais sagrada
Que aqui tão longe só há céu, mais nada,
Somente estrelas contra a noite lilás
E tu, oh, meu segredo mais pulsante
Tornou meu coração um navegante
Que as luzes dos faróis não guiam mais