Todo o Amor de Uma Vez
“Não se ama duas vezes a mesma mulher” (Machado de Assis)
Arrguiste-me com um olhar matreiro
Em nosso reencontro, insinuante,
Se o amor não pode ser como o carteiro,
Que pode retornar num outro instante.
Disse que não, pois o amor verdadeiro,
Doado, nada resta no amante
Que amando, o amor doa, por inteiro
E nem há sombras de amor restante.
Se todo o amor que tinha lhe foi dado
E não sei porque razão desperdiçado,
Como doar aquilo que acabou.
Amar de novo esta mulher? Coitado
De mim, que todo o amor lhe tendo dado
Nada de amor no coração restou.