Soneto da Ressaca

Do gosto doce que provoca prazer

De tudo aquilo que nos chega a embevecer

Ressentimo-nos , na manhã seguinte

É a resposta ao nosso motivador do requinte

Confundem-se em nós: prazer/amargor

Estranhas sequelas, do que foi ardor

Um coquetel de querer e esperança

Tatua-se em mim, em frustrante lembrança

Onde deixamos tudo o que ontem sentimos?

Nem valeu como escada , apoio ou arrimo?

Diluiu-se na noite, que viu este dia raiar

Não quero dormir, nem nunca acordar

Tudo se esfria, como se em meio a nevasca

Com gosto de fel, como se de ressaca

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 10/04/2009
Reeditado em 10/04/2009
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