Soneto da Ressaca
Do gosto doce que provoca prazer
De tudo aquilo que nos chega a embevecer
Ressentimo-nos , na manhã seguinte
É a resposta ao nosso motivador do requinte
Confundem-se em nós: prazer/amargor
Estranhas sequelas, do que foi ardor
Um coquetel de querer e esperança
Tatua-se em mim, em frustrante lembrança
Onde deixamos tudo o que ontem sentimos?
Nem valeu como escada , apoio ou arrimo?
Diluiu-se na noite, que viu este dia raiar
Não quero dormir, nem nunca acordar
Tudo se esfria, como se em meio a nevasca
Com gosto de fel, como se de ressaca