No céu que em nós se adentra
Eu queria amar-te assim terna e serena
Dizer-te de mim no teu corpo, lenta
Numa oração correr-te a pele, plena
A esvanecer em ti minha tormenta.
Colher nesses lábios, a brisa amena
Aprisionar-te na alma a minha intenta
Aspirar a tua voz, na inteira pena
Dum verso que calado nos enfrenta.
Eu sei que me procuras, meu poema
De saudade, num calor, de água benta
Que por mim corre, quer e se acrescenta.
Tu sabes que te quero, meu fonema
Minha prece cúmplice que me inventa
Em ti, no céu azul que em nós adentra…