Samba-canção
Quando o apito da fábrica de panos,
Vem a mim, vejo a lua neste chão,
E na rua, na poça surge, então,
Uma deusa admirada pelos anos.
E o barraco, e seu zinco pouco humano,
Dos seus furos reclamo sempre em vão
Destes astros que pisas, sem desvão,
Nosso forro ilusório que reclamo.
E comida, se há, eu a mereço,
Como sempre foi desde o seu começo,
Deste amor que bonito, é demais,
E o perfume que a flor oculta exala
Vai pra longe, chegando até a sala,
E desperta a paixão que satisfaz.