Epifania Noturna
O pulsar cadenciado das tuas veias
Embala a insônia breve no meu leito,
Nas vãs cobertas sob as quais me deito
O pungir do teu peito me incendeia
Os lábios embebidos em saliva
Sibilam incoerências pelo espaço
E na escuridão do quarto me desfaço
Tornei-me o ponto de uma estrela viva
E a mirar no céu, em vão, os astros
A solidão se baixa inexorável
Com a precisão de uma ave de rapina
E o pranto que me vem, quando de rastos
Ecoa com um silêncio indomável
E grava a sua imagem em minha retina