Epifania Noturna

O pulsar cadenciado das tuas veias

Embala a insônia breve no meu leito,

Nas vãs cobertas sob as quais me deito

O pungir do teu peito me incendeia

Os lábios embebidos em saliva

Sibilam incoerências pelo espaço

E na escuridão do quarto me desfaço

Tornei-me o ponto de uma estrela viva

E a mirar no céu, em vão, os astros

A solidão se baixa inexorável

Com a precisão de uma ave de rapina

E o pranto que me vem, quando de rastos

Ecoa com um silêncio indomável

E grava a sua imagem em minha retina

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 08/04/2009
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