RENDO-ME AO AMOR
Cansado, trôpego, desapercebido,
fui com o extinguir da primavera,
levando nos lábios o nome dela,
carregando no peito, já pendido.
O porte que fora gravado em tela.
Passei efêmero, sem ter vivido
deste amor, em meu peito rendido,
um só minuto, toda a primavera.
E ela, que passou sorrindo por mim,
seguiu aquela estrada, mundo afora,
deixando em mim, a lágrima sonora.
Ah, partiu a bem amada, foi ruim,
vagueio cansado, ainda imerso,
trôpego, rendido, em meu próprio verso.