PERFUME DE SAUDADE

Derrama-se em mim argêntea noite

e da labuta as penas e o açoite

desfazem meus ossos em agonia;

repousarei em ti, minha poesia.

Estufado o luar, branco de leite,

mostra-me algodão em que se deite;

espero tua luz em minha pena fria

para aquecer meus versos em magia.

Vaza-me um beijo vindo da janela

que fugaz se esvai sem piedade!

Alumia meu verso apenas uma vela

e deixo no papel teu perfume de saudade!

Inspirado em " Horas Mortas" de Alberto de Oliveira, fantástico sonetista Parnasiano.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 04/04/2009
Código do texto: T1523009