PERFUME DE SAUDADE
Derrama-se em mim argêntea noite
e da labuta as penas e o açoite
desfazem meus ossos em agonia;
repousarei em ti, minha poesia.
Estufado o luar, branco de leite,
mostra-me algodão em que se deite;
espero tua luz em minha pena fria
para aquecer meus versos em magia.
Vaza-me um beijo vindo da janela
que fugaz se esvai sem piedade!
Alumia meu verso apenas uma vela
e deixo no papel teu perfume de saudade!
Inspirado em " Horas Mortas" de Alberto de Oliveira, fantástico sonetista Parnasiano.