Olhos de Vidro
Cristais sem cor, luz da sombra morta.
O diamante que de lapidar se esqueceram
Da alma escura trancada a porta
Olhos de vidro que tanto sofreram.
Cintilam em lágrimas marejados de sal
Olhos que transbordam de brilho fascinante
Transparência ignorante não conhecem o mal
Olhos de vidro, doce brilho cintilante.
Cristalinos espelhos de reflexo impuro
Olhos da verdade que me cegam
Luzes azuladas me encontram no escuro
Vidro em olhos, olhos de vidro.
Transparente verdade que não quero saber
Nesses olhos encontro a resposta que temo.