CORRUPÇÃO

Passo pela vida taciturno e sombrio,

recolho as migalhas que me foram deixadas.

Cativei amores de mulheres amadas

mas, nenhuma aqueceu minh’alma, meu frio.

Trago no peito, a mágoa da punhalada,

já sou um homem endurecido, sem brio.

Pratico o mal sorrindo, a sangue frio,

sou um corrupto, um ser de alma malfadada.

Sou como aquele andrajo vagabundo,

que furtivamente padece ao peso da cruz,

despojado da sorte, esquecido neste mundo.

Sou sim, este homem de diversas lutas,

vagueio pela imundície da vida,

e repouso nos braços das nefandas putas.