SONETO A DOIS
Fiz de ti meu motivo primeiro,
na luta cruel, dura da vida.
Transpus tua imagem querida
pro sonho febril e derradeiro.
Fiz de ti minha musa perfeita,
transcrita nos poemas a esmo.
Ditei versos, rimas a mim mesmo,
fazendo de ti, única eleita.
E tu fizestes de mim, um menestrel
que desvendava teu ser oculto,
transcrevendo-te com a pena, ao papel.
Hoje, também sou o motivo primeiro
do teu ser, do teu cálido vulto,
somos o fruitivo sonho derradeiro.