Última esperança
Diz o roto, que fede o esfarrapado,
E na mão, o passarinho causa pena,
Mas voam dois direto para a cena
Onde um só fica bem acompanhado.
Quando tudo ao brilhar falsificado,
Lantejoula da festa tão pequena,
No sorriso desperta a dor serena
Que enobrece o teu ser sacrificado.
Mas aonde vai estar a tua verdade?
Nestes versos assim tão irreais?
E distantes da viva realidade?
Sendo certo que a noite é criança,
Suas graças são simples e banais
Visto a morte ser a última esperança.