A MOÇA DA FAVELA

(soneto)

Sobe a ladeira, a moça da favela...

Com a lata d'água, quase que enverga

De silhueta firme, tão simples, tão bela!

Mãos para o alto, na cabeça carrega.

E desce a ladeira devagar a moça

Trazendo nos braços a lata vazia

De perto, parece figura de louça

Que o pintor retratou na tela, um dia.

A lata cheia d'água na cabeça cansa

Quase chegando perto de sua casa

Ela desce a lata, mas alguém a alcança.

E sentados os dois, nos degraus da escada

Ela ofegante me olha, como criança

Mas é linda, é moça, só fadigada.

25/03/2009

Sonia Barbosa Baptista
Enviado por Sonia Barbosa Baptista em 03/04/2009
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