Duelo de amadores
Estremecem-me na placidez do amor
Os ossos que te querem num castelo
De alvas açucenas, frugais em pudor
Castas, no meu céu, para ti que anelo.
E esta pele que te reclama, no sol-pôr
É a chama que me enreda num novelo
De sentimentos, tantos, de odor, sabor
Que já nem sei de nós, nesse atropelo.
Assim, escorridos, um no outro, torpor
Alheio à vida, lá fora, de qualquer cor
Só nos importa os dois, nós em duelo...
A boca aberta sorvendo a mútua flor
Somos dança, valsa, bolero de amador
Sedição, impulso, e timbre violoncelo.