Terra Ignota
Teu corpo é uma terra ignota,
Onde há sendas divinas, escondidas,
Por onde, quando meu desejo brota,
Minh'alma galopeia enfurecida.
Arrastas-me, me sugas. me esgotas,
Em luta desigual e enfurecida,
E eu, no ar, sou a pobre gaivota
Levada por tufão, despercebida.
E neste mar furioso e agitado,
Meu corpo é barco em ondas agitado,
Onde o prazer, aos borbotões, espuma.
Meu corpo arqueja e teu olhar molhado
É sonho azul no mastro aprumado,
E o meu é tocha a cintilar na bruma.