MEU ESPELHO
MEU ESPELHO
Sônia Sobreira
No reflexo do espelho, tão amigo!
Vejo meus olhos tristonhos, sofridos,
qual poemas de poetas nunca lidos,
que retornam e aqui ficam comigo.
Escondê-los do espelho, não consigo
porque os olhos refletem doloridos,
sonhos distantes que foram perdidos
e que hoje voltam, em busca de abrigo.
Nos espelhos, os sonhos mais incertos,
se transformam em caminhos abertos
e com eles as vezes me aconselho.
Assim, trago no olhar restos da infância,
ilusões que cruzam longa distancia,
no fantástico reflexo de um espelho.