SONETO AO MOMENTO PASSADO
Suguei na fonte dos teus desejos,
com meus lábios pousados em teus seios,
o mel que fora negado aos alheios...
andrajos, perdidos em ensejos.
Penetrei em teu corpo, na alma tua,
despojei-te do preconceito retido.
Fostes um verso, um poema relido,
decantei-te despida, perante a lua.
Sim, hoje és a nênia em minha boca,
que furtivamente sussurra quase louco,
em busca do teu corpo, da tua alma.
E estas mãos que te fizeram em chamas,
bem sei... tu já não a queres, não mais a amas,
enquanto eram por ti palma a palma.