SONETO n.53


O MURO

Tenho a forte lembrança do não vivido.
Tenho desejos de amor não vivenciado,
o reconhecimento do que é me querido,
no indício do que - por mim - é amado.

Penso em
cores, em aroma já retido.
Penso num amor mais que arrebatado,
num sabor marcado de louco sentido,
na memória do que foi experimentado.

Neste meu bem-querer é que tudo flutua,
e, talvez, por não ter isto é que procuro,
escapar logo de mim para tentar ser tua.

Mas,a falta de um acesso é tão incontornável,
subsistindo um muro vivo...denso, escuro,
que sempre nos separa e me faz inconsolável!

Silvia Regina Costa Lima
12 de março de 2009



SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 30/03/2009
Reeditado em 22/01/2010
Código do texto: T1513364
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.