Tristes madrugadas

Oh, dor que lancinante corta o peito!
Enquanto o véu da noite vai chegando;
Eu paro, penso e conto murmurando,
Tu és meu doce amado, amor eleito!

Perfeito me seria que em meu leito,
Teu corpo repousasse me abraçando;
E a luz dos olhos teus fosse levando,
As tristes madrugadas que rejeito.

Covarde, o pensamento insatisfeito,
Açoita o coração, vai devastando.
Carinho a alma anseia soluçando.


Bem sei que amar, assim, não é defeito,
Mas, louvo por amar-te deste jeito,
Com toda esta saudade crepitando!