Soneto urbano

A chuva desaba sobre a cidade triste

Lavando traços de humana resistência

Fazem do lixo sua parca residência

Entre os prédios altos como dedo em riste

Só há cinza em toda construção humana

Entre os vários tons, o cinza vem e vence-o

Na ausência absoluta do puro silêncio

Em cada pedra dessa paisagem urbana

Sinto a minha vitalidade ser roubada

Pela fumaça de todos os escapamentos

Pelas calçadas andam corpos sem talentos

No crepúsculo e no rubor da alvorada

E a filosofia do urbano pensamento

É que a vida é toda deveras simulada

Leo Ramos
Enviado por Leo Ramos em 28/03/2009
Código do texto: T1511360
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