Pela madrugada adentro
Com alma de intrépida desventura
Sentindo os açoites agudos do vento
Cavando minha própria sepultura
Enveneno-me com o pensamento
Atiço chagas do peito a me purgar
Oh! plagas de meu desalento
Fere-me com o punhal do meu penar
É só no olho da mísera dor
É só na boca de lavas ardentes
É só no seio da derradeira flor
Que amalga-me o coração tão verve
Que minh'alma chora clemente
Fustigada no peito de púrpura derme.
Marisa Queiroz
Numa tarde perdida de março/ 2009