Soneto do Instante
Inacessível e bela, eu te vejo
Sempre, nas horas que a minha ilusão
Vai buscar-te, num insano desejo
De capturar-te corpo e coração.
Musa feliz que a outro ama, o ensejo
Para tal some nesta imensidão
- Vazio em que me esqueço e me revejo -
De amar assim tão muito quanto em vão.
De ti sempre perto, mas tão distante,
É por essa rude estrada que eu sigo
Como se segue uma visão errante;
E não obstante a sorte que eu maldigo,
Permanece o sonho, pois é o instante
Já certo e único de estar contigo!
Inacessível e bela, eu te vejo
Sempre, nas horas que a minha ilusão
Vai buscar-te, num insano desejo
De capturar-te corpo e coração.
Musa feliz que a outro ama, o ensejo
Para tal some nesta imensidão
- Vazio em que me esqueço e me revejo -
De amar assim tão muito quanto em vão.
De ti sempre perto, mas tão distante,
É por essa rude estrada que eu sigo
Como se segue uma visão errante;
E não obstante a sorte que eu maldigo,
Permanece o sonho, pois é o instante
Já certo e único de estar contigo!