LIBERTOS DA IMUNDÍCIE

Nem sei no que penso e falo,

no palor de minha face rendida.

Se grito paz ao mundo, a vida,

sofro o látego, me calo.

Nem sei a que preço é concedida

a liberdade em nosso tempo,

o homem se torna elemento

infrutífero de honra vendida.

Ah, se houvesse uma nova era,

onde o poderoso fosse anulado,

com o próprio giro da esfera.

Aí, o mundo seria diferente,

o humilde não cairia pisoteado,

seríamos iguais, seríamos gente.