O ENTARDECER
Ouço o cântico de paz do pássaro,
derradeiro acorde que flutua,
vagueando ao espaço vagamente,
ressoa, bem sei, na alma tua.
Suspiras comigo ao som tão triste
do prelúdio, cativo a lua.
E eu apressadamente, caminho vazio,
perdido ao som, implexo na rua.
Saudade chega sempre nesta hora,
vem de tão longe e distante,
cruel, mortífera e sonora.
Ah!... pássaro alegre e fadado,
a cantarolar mundo a fora,
sem saber que me mata angustiado.