Maria de Paris
Viveu-se bela na juventude
Procrastinando excelência intermitente
Do vigor que tinha a tez em plenitude
Andava nua, num limbo latente
Embebida em seu deslumbre rude
E o envelhecido sorriso sem dentes
- Esgueiro à sombra da ilicitude -
Na aurora vaga que já lhe foi presente
Onde vivem os gloriosos dias
Que, coroada rainha, era Maria
O amuleto ouro da Cidade Luz?
E o cansado reflexo emagrecido
Nada falava, não tinha grito
Era todo esquecimento que se fez jus.