NUA INOCÊNCIA

Ah, se eu, ao menos, pudesse amar-te!

Envelhecer contigo, serenamente...

Em vez de olhar-te magoadamente,

Faria da força meu baluarte!

Se ao menos tu me respeitasses,

Te enternecesses com a minha dor,

Talvez a mágoa em mim calasse

E a esperança tivesse outro sabor...

Mas este fado, ditaste-o bem,

Escrevi-o, à força, no chão que piso,

E o desespero é meu caminho...

Nua inocência, que culpa não tem,

Mais que a fraqueza e falta de aviso...

Ah, se a vida fosse menos espinho!....