SONETO NÚMERO 8

Do pai para a filha que emigrou da Ilha da Madeira
para o Brasil

 
Nesta hora, não presencio tua mão e teu aceno,
A tua imagem existirá sempre em mim.
E também teu toque leve, doce e ameno,
A tomar-me às mãos, teu cheiro de jasmim.
 
A vida fez os momentos que estiveras
Próxima à bênção que pedias ao me ver,
E assim a fiz valer de fé, vera deveras,
Por luz divina, ser teu pai foi um dever.
 
E sei que os filhos são os filhos do espírito,
Metidos dentro dessa humana carcaça
Que o fadar faz válido, e limpo, e lírico.
 
Sei que dentro de ti deixei minha raça,
De calos, do suor, o trabalho e o mérito,
Que em ti construístes só pureza e graça.
 
História da imigração da família Rodrigues da Ilha da Madeira para o Brasil
José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 21/03/2009
Reeditado em 18/04/2009
Código do texto: T1499075
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