Hoje, o silêncio
Eu sou parte integrante do poema
Por mais que, eu, mimético me esconda,
E fale das tais guerras e outras ondas
Eu continuo parte do problema.
Ora, porque sofrer com esse esquema,
Se não posso fazer rima redonda,
E se o triste poema é uma sonda
Que tenha uso futuro como tema.
Que o eu venha se ocultar sob os fonemas
Fingindo-se ser alma, nobre espírito,
Ou se ele venha a ser simples cavalo,
De alguém que já morreu, já sem dilema,
Eu, que sofro ao escrever sem mérito,
Vou me achando poeta quando calo.