ANTROPOIDES IGUAIS

Aparceirado de calhordas tais,

Um dedo-duro "deda" às escondidas,

Faz delação, relata, e nossas vidas

São escarafunchadas nos anais.

O caluniador, sem provas tidas,

Para "queimar" alguém, põe nos jornais

Calúnias e mentiras colossais,

Embora as mãos, as próprias mãos fedidas.

Dois antropoides, seres vis, nojentos,

O dedo-duro e o caluniador

Jactam-se da ruidade dos seus danos.

Ambos reaças, ambos peçonhentos,

Eu vejo os dois num só, que, sem honor,

Cospem no chão dos Direitos Humanos.

[Publicado em O POVO, Fortaleza, "Jornal

do Leitor", p. 29A, 20/03/1994]

Fort., 17/03/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 17/03/2009
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