PAZ
Brilha eternamente a mágica da poesia,
em busca da palavra que acalme...perfeita...
Sorriem as rimas... surge uma falsa harmonia,
e caminha o poeta na verdade que rejeita.
O poema esconde dos olhares desatentos
a angústia feroz na canção que ele descreve.
E a dor, carregada que vai aos braços dos ventos,
espalha no ar um irremediável jeito de breve.
Ó poesia...despe-se, mostra teu verdadeiro rosto,
ainda que tua face seja rude, cruel e desumana.
Revela ao mundo este teu indecifrável gosto...
repara na mentira inútil que a tua palavra aflora,
acolhe o teu filho que perfeitamente te engana,
e canta, mesmo quando é paz o que ele te implora