TUAS CARTAS
Dizes em tuas cartas, poucas e frias:
“- Que tens? Que tens meu amor e paixão?
Choras? Um novo encontro trará alegrias;
Um novo amor nascerá em seu coração.”
Quantas vezes li estas frases horrendas
Para punir-me, em silêncio, da estupidez
De querer amar-te, sem tirar as vendas,
Por temer ver-te na tua mais pura nudez.
Hoje digo: por capricho vi a inverdade,
Que se espelhava à frente do amor,
Mas fechava os olhos, esquecendo a lida vã...
Não queria, no fim do trilho, sentir saudade
Da loucura daqueles momentos de desamor,
Que choro, pois hoje, nem lhe tenho como fã.
Olinda- PE, em 04 de julho de 1984.