DEVANEIO
Eu estive nas nuvens por alguns instantes...
Vaguei por entre as mais belíssimas quimeras...
Cheguei a ver de perto as luzes mais brilhantes
E, o perfume senti, de muitas primaveras.
O sonho transportou-me a páramos distantes,
Impossíveis lugares, fictícias eras,
Um privilégio só dos loucos delirantes
Como este que se deu todo a sonhar, deveras.
Sonhar é ver adiante a luz que não existe,
Luz que se apaga e deixa o sonhador tão triste!...
Quem ama sonha, o poeta sonha, sonha o louco.
Devia até ter razão Vinícius quando disse:
(O que aos olhos normais parece maluquice)
“Eterno enquanto dura”! – e como dura pouco!...