SANTO DE BARRO
"Céu de ausência, noites de assombro" Ivi.
Céu de ausência, noites de assombro.
Frio de solidão, arrepios de dor.
Na lama, o coração apertado em meio a escombros.
Qual santo abandonado, sem altar nem andor.
O “não” inesperado causa assombros.
Prece sem fé no que fôra amor.
Fora amor e não adianta “dar de ombros”!
Prostrado por fora, prostrado no interior.
Nada sou se não pó na ausência sua.
De cara na lama, finjo abraçar a Terra.
Abraço a Terra, mas queria a Lua.
Com seu véu de assombro, com seu véu de abstinência.
Coração de barro que em meu peito encerra,
Minhas noites de assombro, no céu de sua ausência.
Drakkar