Bem entendido!

Quero fazer amor, mas ele se recusa:
Não quer saber de mim e fico a ver navios;
Vira para outro lado e sinto-me obtusa...
Não sou tão atraente e os beijos vêm tardios!

Se existe indiferença, é dela que ele abusa;
Repele o meu desejo e sobram-me vazios...
Sou pobre e sem valor e já não sou a musa
E não há mais fervor naqueles olhos frios.

Não sei que vou fazer! Não sei de outra saída!
Cada vez mais estou tristonha e retraída;
Sou toda devoção, mas perco a minha vez...

Deixou-me o tal amante em busca da palavra,
Mas nada eu encontrei, no campo em que se lavra,
Um divinal soneto, entendam-me vocês...


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