Quando vejo mulher só...
Quando vejo mulher só, tristonha,
Penso em ser cavalheiro e carrega-la,
E tira-la da rua ama-la e ata-la
À minha vida plena, tão risonha.
Dizia eu que queria amar na sala,
No quarto, na favela, na senzala,
Ou apenas carregar a sua mala,
Com alça, ou sem alça, descansa-la.
Mas o que vejo é muita ardileza,
Mulheres brabas, dentes tão à mostra,
Que chego a ter receio de falar.
E a mulher lá de casa seria mestra
Na arte de ser a dona da beleza
Que é muito melhor eu me recolher.