O PASSAGEIRO

 (a um amigo aventureiro)

Na boleia da carreta eu sigo meu destino.
Esse mundo que eu avisto aqui do alto é breve,
Pois, veloz, essa passagem segue. Eu elimino
Esse pensamento frágil; o meu ser se atreve.

Visto desta perspectiva, o mundo é pequenino;
E nem sei se uma formiga, com seu andar leve,
Atravessa a pista ilesa, enquanto eu lhes ensino,
Que há águas que nos deixam puros como a neve.

Na silente madrugada a Lua ilumina
Tanto a pista, como os campos à beira da estrada.
E decerto o isolamento atua a meu favor;

Sou a criatura entregue às mãos do Criador,
Como fora o mundo agora em seu começo e nada,
Mais me alegra, do que estar aqui nesta almedina.


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