Manhã
Vem sua áurea realeza na campina
Os matizes dourados tudo cobrem
A dizer: erma névoa da colina
Dá passagem aos louros que a colorem.
Vem brotando a aurora matutina
Pois que seja a sua alteza, sinos dobrem,
De sua clara presença agora fogem,
Os vis gárgulas reis da negra sina.
Tendo em troca o calor de mais um dia
Eis que a flora a aclama e noticia,
Embalada na música das penas;
Suas gargantas ressoam, mesmo pequenas,
Dando festa à chegada do astro-pai,
Que ao trono do meio-dia, marchando vai.