... DO ROSTO DA DONZELA !

... DO ROSTO DA DONZELA !

Eis o que sobrou do rosto da donzela

Turva náusea que a mascara dissimula

Envelheceu tão de repente, qual mazela

Que tirou dela seiva que a estimula

Seus olhos pálidos, macilentos, sem brilho

Já estrangulada na garganta sua voz

Para abafar o nefasto espartilho

Força invisível que lhe sustenta o cós

Dos encantos da adolescência desprovida

- Das púrpuras eras foste esquecida

Hoje, por piedade, alguns te dão bom-dia

Sem exprimir ternura, nem mesmo alegria

Insólita ruína, extensão da sina dorida

O esvoaçar da idade no sonho se estendia

São Paulo, 06/03/2009

Armando A. C. Garcia

E-mail: armandoacgarcia@superig.com.br

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