Dor Errante

Se a chuva vem para velar meu pranto

E encontra meu peito vazio de sorte,

Nota que estou lamuriado num canto

Onde é indiferente vida ou morte.

E quando numa manhã me levanto

E sinto o frio no rosto como o corte

Da sedenta navalha, é um espanto

Ser fraco sem ter conhecido o forte.

Sendo que a esperança já não me resta,

É, pois, pífio o gosto de qualquer festa

E insosso o gosto do mais fino vinho.

Sou como pássaro fora do ninho

Buscando sozinho aprender a voar,

Um caminho que já não sei encontrar.

Aleixo Prístino
Enviado por Aleixo Prístino em 06/03/2009
Código do texto: T1471652
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