O MEU BARCO
O meu barco singrando os turvos mares
Que o destino ao meu povo destinou,
Foge como bandido, dos olhares
Da justiça que injustiça, o condenou.
Condenado aos martírios e pesares,
Ao vício da saudade se entregou.
Chora o velame já enfunado aos ares,
Pois é deixado por quem tanto o amou.
A saudade destrói tudo no mundo,
Até o barco da vida vai ao fundo
Como canoa torta e sem comando.
Ah! Meu barco, o abissal é teu futuro,
O túmulo mais certo e mais seguro...
Eu rezarei por ti de quando em quando!