Soneto incontido
Não hei de me atrever, a sua beleza
A transmutá-la toda em parcos versos,
Palavras aviltadas sem certeza
Que meus olhos descrevem submersos
Não há espaço vago na poesia
Para comportar do teu corpo o perfume
Que o cheiro em minha narina ainda ardia
Entorpecido e cego por seu lume
E mesmo a epopéia mais homérica
Ilustrada por tão lindas sirenas
Para a sua voz ainda é pouca
E até as curvas breves do seu nome
Não cabem em estrofes tão pequenas
E nem nos sons que vem da minha boca