Alnilan
Minha segunda estrela tão medonha
Escolheu ficar bem no centro, mas
Prefere amar ao longe e tanto sonha
Em mostrar-se soturna e mui sagaz.
Sinto um quebranto apavorado e triste,
Pois amor maior não há... tanto insiste
Em provocar! Que tanto existe mar,
Se o mar é só pedaço em teu luar?
Estás volátil pelo espaço dalva
E tudo em mim é tátil, mesmo a calva
Beleza lunar, tão calma e intangível.
Aceito tal indômita paixão
Por teu brilho fantástico e indizível
Que serei sempre em tudo gratidão.
* da série de Sonetos (As Musas do Cinturão de Órion)