Mintaka

A primeira cadente em seus enganos

De saudade, fez trevas por meu pranto

E despertou verdade por espanto,

Pois sem saber, seu tempo causou danos.

Não foi de tudo acaso tal segredo

Que partirá tão leve... lentamente

Escorre solta a chama breve e quente

Da paixão – a morada do meu medo.

São nuvens de menino, vão de morte

Que meu céu, tão anil, já balbucia;

Desvendei logo o busto... tanta sorte!

Toquei seu corpo: clama e silencia

Em paz... pude amiúde então obte-la

Brilhando – tão bonita e meiga estrela.

* da série de Sonetos (As Musas Do Cinturão de Órion)

Paulinho Parada
Enviado por Paulinho Parada em 02/03/2009
Código do texto: T1465800