Mintaka
A primeira cadente em seus enganos
De saudade, fez trevas por meu pranto
E despertou verdade por espanto,
Pois sem saber, seu tempo causou danos.
Não foi de tudo acaso tal segredo
Que partirá tão leve... lentamente
Escorre solta a chama breve e quente
Da paixão – a morada do meu medo.
São nuvens de menino, vão de morte
Que meu céu, tão anil, já balbucia;
Desvendei logo o busto... tanta sorte!
Toquei seu corpo: clama e silencia
Em paz... pude amiúde então obte-la
Brilhando – tão bonita e meiga estrela.
* da série de Sonetos (As Musas Do Cinturão de Órion)