Fama

Tu poeta só espera ser descoberto

Por algum editor dos competentes

Artista que verseja nos entredentes

Versos escritos a fogo em granito.

E a maré montante dos leitores

Há de lotar a rua frente ao hotel

Quando em Estocolmo estiveres,

Pra ganhar o teu premio Nobel.

Enquanto esperas tu, penitente,

Só versejando no papel jornal,

Lançar à corda um bom, belo cordel.

Que é melhor falar bem ao popular

Tendo por fundo um sol tão inclemente,

Dar-lhe a esperança que de ti sobrar.