Deito, fecho os olhos, mas não durmo
Deito, fecho os olhos, mas não durmo
Fadiga, o peso, e o sono não vem
Só mais uma noite em claro, taciturno
De quem vê ao espelho desdém.
Da bebida mais forte eu queria provar
Sentir o gosto, agora, da morte lenta
Tocar fogo na descrição do verbo 'amar'
E afogar-me nas bocas mais suculentas
E se por mais essa noite não durmirei
Será como outrora imaginei
Gargalhadas caladas de medo e tesão
E se por mais essa noite eu estarei
Sonhando acordado fantasias que sei
Só eu sou capaz - Só lápis e papel à mão.