DURA GUERRA

Quando por mim lhe perguntarem, santa,

Em seu trono de glória e de sucesso,

Diz-lhes que estou vivendo – e até garanta –

Muito feliz e no auge do progresso.

É uma mentira que jamais espanta

Sem maldade nenhuma e sem excesso.

Ficará a verdade na garganta

Para que não proíbam novo acesso.

Diz-lhes que eu vivo em meio às lindas flores

Ouvindo os pássaros – livres cantores –

Que sempre vêm da alcantilada serra...

Nunca lhes diga que sou pobre doente

Que amargo uma tortura irreverente,

Egresso e perdedor de dura guerra!